Dr. André Luiz Luquini Pereira

Dr. André Luquini
Reumatologista e Clinico Geral - CRM-SP: 129.471, RQE: 43560
Assistente Técnico em perícias médicas
Doutorando na University of British Columbia - Vancouver, Canada
Assistente de Pesquisa no Arthritis Research Canada

Contato:
*E-mail: andreluquini@yahoo.com.br

Links:




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

SUS amplia lista de distribuição de remédios para artrite


 


     O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (11/09/12) que vai distribuir pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cinco novos medicamentos para artrite reumatóide –
abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe.

     Atualmente, a rede pública disponibiliza dez remédios para o tratamento da doença, em 15 diferentes apresentações. As drogas diminuem a atividade da artrite reumatóide, previnem a ocorrência de danos irreversíveis nas articulações, aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do paciente.

     Segundo a pasta, a inclusão das novas drogas deve ampliar a oferta de tratamento para pacientes que não respondem aos remédios convencionais ou que apresentam intolerância às demais terapias.

     O governo gasta, em média,
R$ 25 mil por ano com cada paciente que utiliza medicamentos biológicos. Com a inclusão, o custo do tratamento por paciente pode cair para até R$ 13 mil por ano. Em 2011, foram investidos R$ 1 bilhão na compra de medicamentos biológicos para a doença.




Links:


1. PORTARIA Nº 24, DE 10 DE SETEMBRO DE 2012
http://www.lex.com.br/legis_23721034_PORTARIA_N_24_DE_10_DE_SETEMBRO_DE_2012.aspx

2. Relatório de Recomendação da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC - 12
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Biologicos_AR_CP.pdf

3. Blog da Saúdehttp://www.blog.saude.gov.br/novos-medicamentos-para-artrite-serao-ofertados-no-sus/

4. Primeira Ediçãohttp://primeiraedicao.com.br/noticia/2012/09/12/novos-medicamentos-para-artrite-serao-ofertados-no-sus




Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/11/sus-amplia-lista-de-distribuicao-de-remedios-para-artrite.htm - (Paula Laboissière)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Condições para Isenção do Imposto de Renda Pessoa Física


     Os portadores de doenças graves são isentos do Imposto de Renda desde que se enquadrem cumulativamente nas seguintes situações: 

    os rendimentos sejam relativos a aposentadoria, pensão ou reforma (outros rendimentos não são isentos), incluindo a complementação recebida de entidade privada e a pensão alimentícia; e 

seja portador de uma das seguintes doenças (não há limites, todo o rendimento é isento do Imposto de Renda Pessoa Física):



  • AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) 
  • Alienação mental** 
  • Cardiopatia grave** 
  • Cegueira** 
  • Contaminação por radiação 
  • Doença de Paget em estados avançados (Osteíte deformante)* 
  • Doença de Parkinson 
  • Esclerose múltipla 
  • Espondiloartrose anquilosante* 
  • Fibrose cística (Mucoviscidose) 
  • Hanseníase 
  • Nefropatia grave** 
  • Hepatopatia grave (observação: nos casos de hepatopatia grave somente serão isentos os rendimentos auferidos a partir de 01/01/2005) 
  • Neoplasia maligna 
  • Paralisia irreversível e incapacitante** 
  • Tuberculose ativa 
(Legenda do autor do blog:
* Patologias reumatológicas;
** Possíveis conseqüências diretas de patologias reumatológicas ou seus tratamentos )


Situações que não geram isenção:



1) Não gozam de isenção os rendimentos decorrentes de atividade, isto é, se o contribuinte for portador de uma moléstia, mas ainda não se aposentou;

2) Não gozam de isenção os rendimentos decorrentes de atividade empregatícia ou de atividade autônoma, recebidos concomitantemente com os de aposentadoria, reforma ou pensão;

3) A isenção também não alcança rendimentos de outra natureza como, por exemplo, aluguéis recebidos concomitantemente com os de aposentadoria, reforma ou pensão.


Procedimentos para Usufruir da Isenção

     Inicialmente, o contribuinte deve verificar se cumpre as condições para o benefício da isenção, consultando as Condições para Isenção do Imposto de Renda Pessoa Física ou o "Perguntão" do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, seção "Rendimentos Isentos e Não-Tributáveis".
     Caso se enquadre na situação de isenção, deverá procurar serviço médico oficial da União, dos Estados, do DF ou dos Municípios para que seja emitido laudo pericial comprovando a moléstia.
     Se possível, o serviço médico deverá indicar a data em que a enfermidade foi contraída. Não sendo possível, será considerada a data da emissão do laudo como a data em que a doença foi contraída.
     O serviço médico deverá indicar se a doença é passível de controle e, em caso afirmativo, o prazo de validade do laudo.
     O ideal é que o laudo seja emitido por serviço médico oficial da própria fonte pagadora, pois, assim, o imposto já deixa de ser retido na fonte. Se não for possível a emissão do laudo no serviço médico da própria fonte pagadora, o laudo deverá ser apresentado na fonte pagadora para que esta, verificando o cumprimento de todas as condições para o gozo da isenção, deixe de reter o imposto de renda na fonte.
     Nos casos de Hepatopatia Grave somente serão isentos os rendimentos auferidos a partir de 01/01/2005.
     Caso o laudo pericial indique data retroativa em que a moléstia foi contraída e, após essa data, tenha havido retenção de imposto de renda na fonte e/ou pagamento de imposto de renda apurado na declaração de ajuste anual, podem ocorrer duas situações:

  1. O laudo pericial indica que a doença foi contraída em mês do exercício corrente (ex.: estamos em abril do ano corrente e a fonte reconhece o direito à partir de janeiro do mesmo ano): o contribuinte poderá solicitar a restituição na Declaração de Ajuste Anual do exercício seguinte, declarando os rendimentos como isentos à partir do mês de concessão do benefício. 
  2. O laudo pericial indica que a doença foi contraída em data de exercícios anteriores ao corrente, então, dependendo dos casos abaixo discriminados, adotar-se-á um tipo de procedimento: 
Caso 1 - Foram apresentadas declarações em que resultaram saldo de imposto a restituir ou sem saldo de imposto:
Procedimento:
a. Apresentar declaração de imposto de renda retificadora para estes exercícios, em que figurem como rendimentos isentos aqueles abrangidos pelo período constante no laudo pericial; 

b. Entrar com processo manual de restituição referente à parcela de 13.º que foi sujeita a tributação exclusiva na fonte (na declaração retificadora, o valor recebido a título de 13.º deverá ser colocado também como rendimento isento e não tributável) 


Caso 2 - Foram apresentadas declarações em que resultaram saldo de imposto a pagar:
Procedimento:
a. Apresentar declaração de imposto de renda retificadora para estes exercícios, em que figurem como rendimentos isentos aqueles abrangidos pelo período constante no laudo pericial; 
b. Entrar com processo manual de restituição referente à parcela de 13.º que foi sujeita a tributação exclusiva na fonte (na declaração retificadora, o valor recebido a título de 13.º deverá ser colocado também como rendimento isento e não tributável); 
c. Elaborar e transmitir Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação - PER/DCOMP para pleitear a restituição/compensação dos valores pagos a maior que o devido.

Obrigatoriedade na entrega da Declaração IRPF
     A isenção do Imposto de Renda Pessoa Física não isenta o contribuinte de seus deveres de apresentar a Declaração IRPF. Caso se situe em uma das condições de obrigatoriedade de entrega da referida declaração, esta deverá ser entregue normalmente.




Fonte: Site da Receita Federal do Brasil
LÚPUS






     Apesar de todo o esforço empregado na divulgação das doenças reumatológicas, ainda há muita dúvida e desinformação. O lúpus, doença que acomete preferencialmente mulheres jovens, não foge a essa regra, o que infelizmente leva a um retardo no diagnóstico. Por outro lado, entre a classe médica não é raro se suspeite de lúpus após um exame de FAN (fator antinúcleo) positivo. Esse exame, porém, não é específico, e parte das pessoas hígidas, sem qualquer doença reumatológica, apresenta positividade para esse exame. 
     O lúpus é uma doença auto-imune, isto é, relacionada à inflamação induzida pelas células de defesa (glóbulos brancos), sobretudo um subgrupo delas, chamados linfócitos B. Estimuladas, essas células passam a produzir anticorpos, que se juntam a outras proteínas do sangue (como o C3 e o C4, chamadas proteínas do sistema complemento), e formam os imunocomplexos, que através da circulação sangüínea podem chegar a todo o corpo, gerando inflamação e destruição dos tecidos. 
     Os locais mais comumente afetados são a pele, (manifestando-se como rash malar, lesões discóides) as articulações (artrite), o próprio sangue (com destruição das células sangüíneas: hemácias ou glóbulos vermelhos - anemia; leucócitos ou glóbulos brancos - leucopenia; plaquetas - plaquetopenia), os vasos sangüíneos (vasculite), os rins (nefrite), a pleura - camada de células que reveste os pulmões - e o pericárdio - que reveste o coração, levando a pleurite, pericardite e formação de líquidos entre esses revestimentos e os referidos órgãos - chamados derrame pleural e derrame pericárdico, respectivamente. Acomete também o músculo cardíaco (miocardite) e os pulmões (pneumopatia intersticial e fibrose pulmonar, podendo levar a restrição ao enchimento pulmonar, e à chamada Hipertensão Pulmonar, manifestando-se como falta de ar, ou no jargão médico, dispnéia). Além disso, pode acometer o sistema nervoso central, com quadros de convulsões ou psicose (alucinações). Pode estar associado a um maior risco de trombose (coagulação do sangue, entupindo veias e artérias em todo o corpo, ou mesmo da placenta, levando a abortamentos), se associado à presença dos chamados anticorpos antifosfolípides (anticoagulante lúpico, anti cardiolipina e beta2glicoproteína1), na Síndrome Anti-Fosfolípide, ou simplesmente SAF
      Convém ressaltar, entretanto, que o lúpus é uma doença que se manifesta diferentemente em cada pessoa. Não raro apresenta apenas o quadro inicial de alterações cutâneas e articulares, respondendo bem aos medicamentos, às vezes mantendo anemia e/ou linfopenia residuais. Em outros casos, porém, apresenta-se de forma devastadora, podendo agravar-se com infecções oportunistas, requerendo cuidados intensivos e antibióticos de amplo espectro, em conjunto com um fino ajuste na dose dos imunossupresores. 
     O tratamento baseia-se em bloquear a atividade dos linfócitos, com o uso de corticóides (prednisona) e citostáticos (azatioprina, micofenolato, ciclofosfamida, ciclosporina); antimaláricos (cloroquina) e mais recentemente até na destruição dessas células pela infusão de um anticorpo, medicamento biológico chamado Rituximab, com indicações muito específicas e em caso de ausência de respostas a outros tratamentos. Outro medicamento em estudo para o lúpus é o Belimumab, que atua bloqueando a sinalização celular que ativaria os linfócitos, com resultados promissores, mas ainda requer maiores estudos.

terça-feira, 5 de junho de 2012

ASLO


     "Tive dores nas juntas, até ficaram inchadas, meu médico pediu um exame de sangue (ASLO) que veio positivo. E agora? Eu tenho reumatismo no sangue? Já estou até tomando benzetacil a cada 21 dias..."


     Não é incomum chegarem pacientes com essa história no ambulatório de reumatologia. O ASLO (anticorpo anti-estreptolisina O), porém, é apenas um marcador sorológico de que a pessoa já teve contato com a bactéria (estreptococo), o que pode ter se dado por uma infecção de garganta, sem que isso signifique que ela tenha desenvolvido a doença Febre Reumática.
     Para se chegar a esse diagnóstico há um sistema de critérios, aplicáveis ao primeiro surto (Critérios de Jones modificados - 1992), bem estabelecidos na medicina, e necessários para diferenciar a Febre Reumática de outras causas de artrite, como uma artrite viral/reacional, artrite degenerativa/osteoartrite/artrose, ou mesmo doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, lúpus, esclerose sistêmica, miopatias, gota, cada uma podendo apresentar artrite com características próprias na evolução, distribuição e duração da dor, sinais e sintomas extra-articulares, e alterações laboratoriais e aos exames de imagem, que cabem ao clínico, e especificamente ao reumatologista, apreciar e discernir.

FEBRE REUMÁTICA


     A febre reumática ou "reumatismo no sangue", como é conhecida popularmente, é uma doença inflamatória que pode acometer as articulações (artrite que passa de uma articulação à outra, isto é, migratória), o coração (endocardite, miocardite, pericardite, valvopatias), a pele e o tecido subcutâneo (eritema marginado), e o sistema nervoso central (coréia de Sydenham, com movimentos involuntários dos braços, pernas e/ou cabeça).
     A causa geralmente é uma resposta exagerada do sistema de defesa a uma infecção de garganta pela bactéria estreptococo, classificada como bactéria beta-hemolítica do grupo A de Lancefield, também chamada Streptococcus pyogenes, que não recebeu tratamento ou foi mal curada. A bactéria está em toda parte, especialmente nas regiões com precário saneamento, constituindo sério problema de saúde pública. É responsável por 2/3 das cirurgias cardíacas no Brasil. As manifestações da doença ativa acometem pessoas dos 3 aos 15 anos, sendo raras tanto antes dessa idade (pela imaturidade do sistema imunológico) quanto após (dificilmente um adulto tem o primeiro surto). Acomete discretamente mais meninas que meninos.
      Após 1 a 5 semanas do quadro agudo inicial, mesmo que aparentemente haja melhoras na dor de garganta, momento em que os pacientes costumam interromper erradamente o antibiótico, inicia-se, nos pacientes com predisposição genética, a fase tardia da doeça, com formação de anticorpos e aparecimento das queixas articulares. Notem: não são todas as pessoas com infecção pelo estreptococo que desenvolvem a febre reumática, só aquelas que apresentam predisposição genética.
     Nosso sistema de defesa produz anticorpos contra partes da bactéria (membrana celular, proteína M, carboidrato A) que são semelhantes a algumas partes de nosso corpo (cartilagem articular, membrana sinovial articular, músculo e valvas cardíacas), e por isso os anticorpos acabam se depositando em nossos tecidos, levando à inflamação, e podendo evoluir posteriormente com fibrose e retração tecidual (pode ser entendida como uma "cicatrização exagerada").     
     A inflamação poderá ocorrer também no coração, onde pode atacar o endocárdio (tecido que recobre internamente o coração e as valvas cardíacas), o miocárdio (músculo do coração) e o pericárdio (membrana que recobre todo o coração). Quando a inflamação é discreta, o paciente às vezes é assintomático. Nos casos em que o comprometimento é mais intenso, no entanto, poderá apresentar cansaço ao fazer esforços, taquicardia e até insuficiência cardíaca (dificuldade do coração em bombear o sangue para frente). Há risco de dano irreversível às valvas cardíacas, situação em que pode ser necessária a cirurgia para reparo ou troca da valva por outra, biológica (feita de pericárdio bovino) ou metálica.


Fonte: http://www.fcm.unicamp.br/deptos/anatomia/pecascard23.html (Fonte de domínio público)


     A inflamação poderá também chegar ao cérebro, mais especificamente aos núcleos da base (núcleo caudado / subtalâmico). Com isso, a criança passa a apresentar movimentos involuntários de braços e pernas, fraqueza muscular e labilidade emocional (torna-se chorona e briguenta). Sob estresse, os movimentos aparecem ou pioram. Durante o sono, porém, desaparece tudo.
     Como em outras doenças, prevenção é fundamental. O medo infundado do antibiótico penicilina, infelizmente tem dificultado o tratamento da doença. A temida alergia ou choque anafilático é muito rara, especialmente em crianças com menos de 12 anos de idade. Por outro lado, quando crianças e adolescentes apresentam dor e inchaço nas articulações, também precisam ser levados logo ao médico. A primeira providência é combater a bactéria, mesmo que a dor de garganta tenha passado. Todo comprometimento articular pela febre reumática é tratado com a simples aspirina, que interrompe sua evolução. Quando já atingiu o coração, utiliza-se o corticóide (geralmente prednisona ou prednisolona), um antiinflamatório mais potente. Este também interrompe, em duas a três semanas, a progressão da enfermidade, evitando as complicações. Vale ressaltar, finalmente, a importância de se prevenir outros surtos da febre reumática nas pessoas que já apresentaram a doença, para que não haja o comprometimento do coração (caso não tenha ocorrido no primeiro surto) ou a piora deste. Esta prevenção também deve ser feita, de preferência, com a penicilina benzatina a cada 3 semanas.
     Todos estes cuidados visam a melhorar a qualidade de vida de crianças e adultos com febre reumática, bem como a aumentar sua sobrevida.

terça-feira, 29 de maio de 2012

CARTILHAS DA SBR

    Ainda no intuito de levar aos pacientes informações sobre suas doenças, transcrevo a seguir os links das cartilhas elaboradas pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, com conteúdo exposto de forma clara e objetiva, elaborado e revisado por especialistas da área.  

Artrite Psoriásica

Febre Reumática

Espondilite Anquilosante

Artrite Reumatóide

Artrite Idiopática Juvenil
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/Cartilha%20Artrite%20Idiop%C3%A1tica%20Juvenil.pdf

Coluna
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/Cartilha%20Coluna.pdf

LER/DORT
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/Cartilha%20Ler%20Dort.pdf

Fibromialgia
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20fibromialgia.pdf

Lúpus
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/LES_Cartilha_PDF_COMPLETO_2011.pdf

Osteoartrite/Artrose
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20osteoartrite.pdf

Osteoporose
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20osteoporose.pdf

Síndrome do Antifosfolípide (SAF)
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20saf.pdf



Fonte: site da Sociedade Brasileira de Reumatologia
http://www.reumatologia.org.br/index.asp?Pagina=noticias/noticia.asp&IDNoticia=186

sábado, 26 de maio de 2012


CONSULTAS PÚBLICAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE



     Reumatologistas, pesquisadores, professores, residentes, pacientes e familiares, esse é o nosso momento de contribuir para a melhoria das políticas de acesso a medicações de alto custo em nosso país.
ACESSE EM:

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=33479&janela=1



Consulta Pública vigente


Esclerose sistêmica      (SAS nº 01)

início: 21/05/2012

término: 19/06/2012



Espondilite ancilosante      (SAS nº 02)

início: 21/05/2012 

término: 19/06/2012





início: 22/05/2012 

término: 20/06/2012




Comentário: Senti falta do MICOFENOLATO, já consagrado na literatura como indutor de remissão da nefrite lúpica, não-inferior à ciclofosfamida, alternativa fundamental nos casos em que a ciclofosfamida está contra-indicada, como em hemorragias na bexiga urinária!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O que é autoimunidade?


     Sempre que um paciente me pergunta "Doutor, por que essa doença faz isso no meu corpo?", fico a pensar em uma forma simples de lhes explicar como, de uma hora para outra, apareceram tantos focos de inflamação em seu corpo, a se manifestarem classicamente por dor, rubor, calor e turgor.

  •      dor (causada pelo estímulo das substâncias inflamatórias - genericamente, citocinas - às terminações nervosas que transmitem ao cérebro a percepção da dor - fibras nervosas nociceptivas); 
  •      rubor (ou eritema, que se refere à cor avermelhada dos locais inflamados, sobretudo pela dilatação dos vasos sangüíneos); 
  •      calor (pelo maior aporte de sangue aos tecidos inflamados); e 
  •      turgor (ou edema, ou ainda inchaço, como resultado tanto do transbordamento de líquido do sangue, filtrado através da parede dos vasos sangüíneos, como pelo aumento na produção de líquidos pelas células locais, sob estímulo das citocinas).
     

     O que leva a essa inflamação? Costumo dizer que ocorre uma "miopia do sistema de defesa do organismo". Os glóbulos brancos do sangue e outras células de defesa nos tecidos acabam por "enxergar" algumas partes do corpo (por exemplo as articulações, pulmões, rins, pele, vasos sangüíneos e até as células do próprio sangue) como se fossem um invasor, como uma bactéria ou um vírus, e põem-se a atacá-las, achando que estão nos defendendo. Autoimunidade então se refere à reação imune contra si mesmo. Esse ataque leva a uma inflamação dos tecidos atacados, manifestando-se como uma artrite (inflamação nas juntas), pneumonite (inflamação nos pulmões), nefrite (inflamação nos rins), celulite/paniculite (pele), vasculite (vasos sangüíneos), ou mesmo anemia (destruição de glóbulos vermelhos com rompimento de sua membrana - hemólise), leucopenia (destruição de glóbulos brancos), ou plaquetopenia (destruição de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue). 
     O tratamento das doenças autoimunes, em sua essência, consiste em bloquear em maior ou menor grau a ação do sistema de defesa, para que pare de atacar nosso próprio corpo. O incoveniente, porém, é que esse mesmo tratamento impede que esse sistema nos proteja contra os reais invasores - virus, bactérias, parasitas... Daí a importância de estar com a vacinação em dia e alertar seu reumatologista ao menor sinal de infecção.

domingo, 13 de maio de 2012

QUANDO PROCURAR UM REUMATOLOGISTA?

 São sinais que sugerem a necessidade da avaliação de um reumatologista:

 - Dores nas articulações, dos membros ou da coluna/bacia, com ou sem edema (inchaço) ou aumento na temperatura do local, deformidades ou crepitações (rangidos à movimentação), ou ainda rigidez (travamentos) - a dor pode ser de natureza mecânica (ao movimento) ou inflamatória (piora ao repouso e melhora com a movimentação/aquecimento do corpo); 

 - dores difusas pelo corpo, com ou sem alterações emocionais ou do sono; 

 - dores musculares, com ou sem fraqueza muscular ou lesões de pele, sobretudo em pálpebras e mãos; 

 - espessamento da pele com ou sem coceira, arroxeamento das pontas dos dedos sobretudo à exposição ao frio, manchas avermelhadas no rosto e/ou membros, afinamento dos lábios, queda de cabelos, engasgos e refluxo, ou cansaço incomum aos esforços; 

 -  manchas vermelhas nas bochechas ou vermelhidão no rosto e pescoço piores à exposição ao sol, feridas no céu-da-boca, febre, espuma na urina, convulsões, dificuldade respiratória; 

 - história de doença reumática / reumatismo na família;

 - inflamações nos tendões ou suas inserções próximas dos ossos ("ênteses" - sua inflamação leva às "entesites", como por exemplo: inchaço, vermelhidão e calor nos calcanhares / tendão de Aquiles = entesite aquileana), inflamações oculares diagnosticadas pelo oftalmologista como "uveíte";

 - paciente portador de psoríase (doença dermatológica) que apresentar dores articulares (membros ou coluna/bacia) ou inflamações nos tendões ou ênteses;

 - paciente portador de doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn ou Retocolite ulcerativa) que apresentar dores articulares (membros ou coluna/bacia) ou inflamações nos tendões ou ênteses;

 - olhos e bocas secos, em associação ou não a dores articulares e alterações pulmonares;

 - asma ou sinusite com início no adulto, com diagnóstico pelo otorrinolaringologista de pólipos nasais, escarro com sangue, dificuldade respiratória, nódulos pulmonares ou "vasculite";

- alterações pulmonares como vidro-fosco, alterações intersticiais ou fibrose pulmonar, vistas ao exame de Raio-X ou à tomografia computadorizada, ou ainda hipertensão arterial pulmonar (ou apenas "hipertensão pulmonar") vista ao ecocardiograma, que apresentem características incomuns, sugestivas de associação com alguma doença do colágeno.

 - gota, com níveis persistentemente elevados de ácido úrico e grandes nódulos nas articulações (tofos)

 - tromboses repetidas, tromboembolismo pulmonar ou outro evento tromboembólico sem explicação, ou ainda ou abortamentos repetidos;

 - fraturas que ocorreram por trauma leve, não justificadas pela pancada, sobretudo em mulheres após a menopausa, brancas com baixa exposição ao sol, ou sinais indiretos de osteoporose (geralmente ao exame de Raio-X); ou ainda desejo de prevenir a osteoporose;

 - seguimento regular para as doençasartrite reumatóide, osteoartrite/artrose, osteopenia/osteoporose, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artropatia enteropática, artrite reativa/Síndrome de Reiter, artrites infecciosas, fibromialgia, tendinites, bursites, Síndrome do túnel do carpo, DORT/LER, polimiosite, dermatomiosite, outras miopatias, esclerose sistêmica ou localizada, Raynaud, lúpus, Síndrome anti-fosfolípide (SAF), gota, vasculites (Granulomatose de Wegener, Arterite de Takayasu, Síndrome de Sjögren, Doença de Behçet, Arterite Temporal ou de células gigantes, Poliarterite nodosa, Poliangeíte Microscópica, Churg-Strauss, vasculite crioglobulinêmica relacionada ou não à hepatite C)

DOENÇAS QUE SÃO TRATADAS PELO REUMATOLOGISTA



1. Doenças difusas do tecido conjuntivo

Doenças que cursam com inflamação do tecido conjuntivo e que estão relacionadas aos distúrbios do sistema imunológico, que passam a reagir contra uma célula, tecido ou outro antígeno do próprio organismo:

a) Lúpus Eritematoso Sistêmico;
b) Artrite Reumatóide;
c) Esclerose Sistêmica;
d) Doença Muscular Inflamatória (Polimiosite e Dermatomiosite);
e) Síndrome de Sjögren;
f) Policondrite Recidivante;
g) Doença Mista do Tecido Conjuntivo (Doença de Sharp);
h) Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide;

2. Vasculites Sistêmicas

a) Arterite De Takayasu;
b) Granulomatose de Wegener;
c) Arterite Temporal;
d) Doença de Behçet;

3. Espondiloartropatias

Doença inflamatória da coluna vertebral podendo ou não causar artrite em articulações periféricas e inflamação em outros órgãos como o olho.

a) Espondilite Anquilosante;
b) Síndrome de Reiter;
c) Espondiloartropatia da Psoríase;
d) Espondiloartropatia das Doenças Inflamatórias Intestinais;
e) Espondiloartropatias Reativas;

4. Doenças osteometabólicas

Doença que afetam principalmente os ossos.

a) Osteoporose;
b) Osteomalácea;
c) Doença de Paget;
d) Hiperparatiroidismo;

5. Doenças Articulares Degenerativas

Doenças degenerativas que afetam as articulações.

a) Osteoartrose Primária;
b) Osteoartrose Secundária (secundária a acromegalia, fraturas, má formação da articulação e ossos, etc.);

6. Artropatias Microcristalinas

Doenças articulares causadas por microcristais.

a) Gota;
b) Condrocalcinose;
c) Artrite por hidroxiapatita;
d) Artrite por outros microcristais;

7. Artropatias Reativas

Doenças reumáticas associadas a processos infecciosos.

a) Artrites Infecciosas (infecção dentro da articulação);
b) Osteomielite (infecção no osso);
c) Artrite Reativa (artrite secundária a processo infeccioso localizado em outros locais Ex: Chlamídia, Viroses, Amidalite e etc);
d) Febre Reumática;
e) Doença de Lyme;

8. Reumatismos Extra-articulares

Doenças que acometem estruturas próximas às articulações, mas não afetam a articulação propriamente dita.

a) Fibromialgia;
b) Dor Miofascial ;
c) Tendinites (de ombro, de extensores e flexores dos dedos, etc);
d) Bursites (do ombro, do trocanter, etc);
e) Esporões do calcâneo;
f) Fasciíte Plantar;
g) Epicondilite;

9. Artrites intermitentes

a) Febre Familiar do Mediterrâneo;
b) Reumatismo Palindrômico;
c) Hidrartrose Intermitente;

10. Artropatias secundárias a outras doenças não reumáticas

Queixas osteo-articulares que podem ocorrer na evolução de outras doenças.

a) Diabetes mellitus;
b) Hipotireoidismo;
c) Hipertireoidismo;
d) Tumores (ósseos, articulares, tecidos peri-articulares).



Fonte: Site da Sociedade Brasileira de Reumatologia - SBR