Dr. André Luiz Luquini Pereira

Dr. André Luquini
Reumatologista e Clinico Geral - CRM-SP: 129.471, RQE: 43560
Assistente Técnico em perícias médicas
Doutorando na University of British Columbia - Vancouver, Canada
Assistente de Pesquisa no Arthritis Research Canada

Contato:
*E-mail: andreluquini@yahoo.com.br

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

LÚPUS






     Apesar de todo o esforço empregado na divulgação das doenças reumatológicas, ainda há muita dúvida e desinformação. O lúpus, doença que acomete preferencialmente mulheres jovens, não foge a essa regra, o que infelizmente leva a um retardo no diagnóstico. Por outro lado, entre a classe médica não é raro se suspeite de lúpus após um exame de FAN (fator antinúcleo) positivo. Esse exame, porém, não é específico, e parte das pessoas hígidas, sem qualquer doença reumatológica, apresenta positividade para esse exame. 
     O lúpus é uma doença auto-imune, isto é, relacionada à inflamação induzida pelas células de defesa (glóbulos brancos), sobretudo um subgrupo delas, chamados linfócitos B. Estimuladas, essas células passam a produzir anticorpos, que se juntam a outras proteínas do sangue (como o C3 e o C4, chamadas proteínas do sistema complemento), e formam os imunocomplexos, que através da circulação sangüínea podem chegar a todo o corpo, gerando inflamação e destruição dos tecidos. 
     Os locais mais comumente afetados são a pele, (manifestando-se como rash malar, lesões discóides) as articulações (artrite), o próprio sangue (com destruição das células sangüíneas: hemácias ou glóbulos vermelhos - anemia; leucócitos ou glóbulos brancos - leucopenia; plaquetas - plaquetopenia), os vasos sangüíneos (vasculite), os rins (nefrite), a pleura - camada de células que reveste os pulmões - e o pericárdio - que reveste o coração, levando a pleurite, pericardite e formação de líquidos entre esses revestimentos e os referidos órgãos - chamados derrame pleural e derrame pericárdico, respectivamente. Acomete também o músculo cardíaco (miocardite) e os pulmões (pneumopatia intersticial e fibrose pulmonar, podendo levar a restrição ao enchimento pulmonar, e à chamada Hipertensão Pulmonar, manifestando-se como falta de ar, ou no jargão médico, dispnéia). Além disso, pode acometer o sistema nervoso central, com quadros de convulsões ou psicose (alucinações). Pode estar associado a um maior risco de trombose (coagulação do sangue, entupindo veias e artérias em todo o corpo, ou mesmo da placenta, levando a abortamentos), se associado à presença dos chamados anticorpos antifosfolípides (anticoagulante lúpico, anti cardiolipina e beta2glicoproteína1), na Síndrome Anti-Fosfolípide, ou simplesmente SAF
      Convém ressaltar, entretanto, que o lúpus é uma doença que se manifesta diferentemente em cada pessoa. Não raro apresenta apenas o quadro inicial de alterações cutâneas e articulares, respondendo bem aos medicamentos, às vezes mantendo anemia e/ou linfopenia residuais. Em outros casos, porém, apresenta-se de forma devastadora, podendo agravar-se com infecções oportunistas, requerendo cuidados intensivos e antibióticos de amplo espectro, em conjunto com um fino ajuste na dose dos imunossupresores. 
     O tratamento baseia-se em bloquear a atividade dos linfócitos, com o uso de corticóides (prednisona) e citostáticos (azatioprina, micofenolato, ciclofosfamida, ciclosporina); antimaláricos (cloroquina) e mais recentemente até na destruição dessas células pela infusão de um anticorpo, medicamento biológico chamado Rituximab, com indicações muito específicas e em caso de ausência de respostas a outros tratamentos. Outro medicamento em estudo para o lúpus é o Belimumab, que atua bloqueando a sinalização celular que ativaria os linfócitos, com resultados promissores, mas ainda requer maiores estudos.

terça-feira, 5 de junho de 2012

ASLO


     "Tive dores nas juntas, até ficaram inchadas, meu médico pediu um exame de sangue (ASLO) que veio positivo. E agora? Eu tenho reumatismo no sangue? Já estou até tomando benzetacil a cada 21 dias..."


     Não é incomum chegarem pacientes com essa história no ambulatório de reumatologia. O ASLO (anticorpo anti-estreptolisina O), porém, é apenas um marcador sorológico de que a pessoa já teve contato com a bactéria (estreptococo), o que pode ter se dado por uma infecção de garganta, sem que isso signifique que ela tenha desenvolvido a doença Febre Reumática.
     Para se chegar a esse diagnóstico há um sistema de critérios, aplicáveis ao primeiro surto (Critérios de Jones modificados - 1992), bem estabelecidos na medicina, e necessários para diferenciar a Febre Reumática de outras causas de artrite, como uma artrite viral/reacional, artrite degenerativa/osteoartrite/artrose, ou mesmo doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, lúpus, esclerose sistêmica, miopatias, gota, cada uma podendo apresentar artrite com características próprias na evolução, distribuição e duração da dor, sinais e sintomas extra-articulares, e alterações laboratoriais e aos exames de imagem, que cabem ao clínico, e especificamente ao reumatologista, apreciar e discernir.

FEBRE REUMÁTICA


     A febre reumática ou "reumatismo no sangue", como é conhecida popularmente, é uma doença inflamatória que pode acometer as articulações (artrite que passa de uma articulação à outra, isto é, migratória), o coração (endocardite, miocardite, pericardite, valvopatias), a pele e o tecido subcutâneo (eritema marginado), e o sistema nervoso central (coréia de Sydenham, com movimentos involuntários dos braços, pernas e/ou cabeça).
     A causa geralmente é uma resposta exagerada do sistema de defesa a uma infecção de garganta pela bactéria estreptococo, classificada como bactéria beta-hemolítica do grupo A de Lancefield, também chamada Streptococcus pyogenes, que não recebeu tratamento ou foi mal curada. A bactéria está em toda parte, especialmente nas regiões com precário saneamento, constituindo sério problema de saúde pública. É responsável por 2/3 das cirurgias cardíacas no Brasil. As manifestações da doença ativa acometem pessoas dos 3 aos 15 anos, sendo raras tanto antes dessa idade (pela imaturidade do sistema imunológico) quanto após (dificilmente um adulto tem o primeiro surto). Acomete discretamente mais meninas que meninos.
      Após 1 a 5 semanas do quadro agudo inicial, mesmo que aparentemente haja melhoras na dor de garganta, momento em que os pacientes costumam interromper erradamente o antibiótico, inicia-se, nos pacientes com predisposição genética, a fase tardia da doeça, com formação de anticorpos e aparecimento das queixas articulares. Notem: não são todas as pessoas com infecção pelo estreptococo que desenvolvem a febre reumática, só aquelas que apresentam predisposição genética.
     Nosso sistema de defesa produz anticorpos contra partes da bactéria (membrana celular, proteína M, carboidrato A) que são semelhantes a algumas partes de nosso corpo (cartilagem articular, membrana sinovial articular, músculo e valvas cardíacas), e por isso os anticorpos acabam se depositando em nossos tecidos, levando à inflamação, e podendo evoluir posteriormente com fibrose e retração tecidual (pode ser entendida como uma "cicatrização exagerada").     
     A inflamação poderá ocorrer também no coração, onde pode atacar o endocárdio (tecido que recobre internamente o coração e as valvas cardíacas), o miocárdio (músculo do coração) e o pericárdio (membrana que recobre todo o coração). Quando a inflamação é discreta, o paciente às vezes é assintomático. Nos casos em que o comprometimento é mais intenso, no entanto, poderá apresentar cansaço ao fazer esforços, taquicardia e até insuficiência cardíaca (dificuldade do coração em bombear o sangue para frente). Há risco de dano irreversível às valvas cardíacas, situação em que pode ser necessária a cirurgia para reparo ou troca da valva por outra, biológica (feita de pericárdio bovino) ou metálica.


Fonte: http://www.fcm.unicamp.br/deptos/anatomia/pecascard23.html (Fonte de domínio público)


     A inflamação poderá também chegar ao cérebro, mais especificamente aos núcleos da base (núcleo caudado / subtalâmico). Com isso, a criança passa a apresentar movimentos involuntários de braços e pernas, fraqueza muscular e labilidade emocional (torna-se chorona e briguenta). Sob estresse, os movimentos aparecem ou pioram. Durante o sono, porém, desaparece tudo.
     Como em outras doenças, prevenção é fundamental. O medo infundado do antibiótico penicilina, infelizmente tem dificultado o tratamento da doença. A temida alergia ou choque anafilático é muito rara, especialmente em crianças com menos de 12 anos de idade. Por outro lado, quando crianças e adolescentes apresentam dor e inchaço nas articulações, também precisam ser levados logo ao médico. A primeira providência é combater a bactéria, mesmo que a dor de garganta tenha passado. Todo comprometimento articular pela febre reumática é tratado com a simples aspirina, que interrompe sua evolução. Quando já atingiu o coração, utiliza-se o corticóide (geralmente prednisona ou prednisolona), um antiinflamatório mais potente. Este também interrompe, em duas a três semanas, a progressão da enfermidade, evitando as complicações. Vale ressaltar, finalmente, a importância de se prevenir outros surtos da febre reumática nas pessoas que já apresentaram a doença, para que não haja o comprometimento do coração (caso não tenha ocorrido no primeiro surto) ou a piora deste. Esta prevenção também deve ser feita, de preferência, com a penicilina benzatina a cada 3 semanas.
     Todos estes cuidados visam a melhorar a qualidade de vida de crianças e adultos com febre reumática, bem como a aumentar sua sobrevida.

terça-feira, 29 de maio de 2012

CARTILHAS DA SBR

    Ainda no intuito de levar aos pacientes informações sobre suas doenças, transcrevo a seguir os links das cartilhas elaboradas pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, com conteúdo exposto de forma clara e objetiva, elaborado e revisado por especialistas da área.  

Artrite Psoriásica

Febre Reumática

Espondilite Anquilosante

Artrite Reumatóide

Artrite Idiopática Juvenil
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/Cartilha%20Artrite%20Idiop%C3%A1tica%20Juvenil.pdf

Coluna
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/Cartilha%20Coluna.pdf

LER/DORT
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/Cartilha%20Ler%20Dort.pdf

Fibromialgia
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20fibromialgia.pdf

Lúpus
http://reumatologia.org.br/mural/arquivos/LES_Cartilha_PDF_COMPLETO_2011.pdf

Osteoartrite/Artrose
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20osteoartrite.pdf

Osteoporose
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20osteoporose.pdf

Síndrome do Antifosfolípide (SAF)
http://reumatologia.org.br/userfiles/file/Cartilha%20saf.pdf



Fonte: site da Sociedade Brasileira de Reumatologia
http://www.reumatologia.org.br/index.asp?Pagina=noticias/noticia.asp&IDNoticia=186

sábado, 26 de maio de 2012


CONSULTAS PÚBLICAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE



     Reumatologistas, pesquisadores, professores, residentes, pacientes e familiares, esse é o nosso momento de contribuir para a melhoria das políticas de acesso a medicações de alto custo em nosso país.
ACESSE EM:

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=33479&janela=1



Consulta Pública vigente


Esclerose sistêmica      (SAS nº 01)

início: 21/05/2012

término: 19/06/2012



Espondilite ancilosante      (SAS nº 02)

início: 21/05/2012 

término: 19/06/2012





início: 22/05/2012 

término: 20/06/2012




Comentário: Senti falta do MICOFENOLATO, já consagrado na literatura como indutor de remissão da nefrite lúpica, não-inferior à ciclofosfamida, alternativa fundamental nos casos em que a ciclofosfamida está contra-indicada, como em hemorragias na bexiga urinária!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O que é autoimunidade?


     Sempre que um paciente me pergunta "Doutor, por que essa doença faz isso no meu corpo?", fico a pensar em uma forma simples de lhes explicar como, de uma hora para outra, apareceram tantos focos de inflamação em seu corpo, a se manifestarem classicamente por dor, rubor, calor e turgor.

  •      dor (causada pelo estímulo das substâncias inflamatórias - genericamente, citocinas - às terminações nervosas que transmitem ao cérebro a percepção da dor - fibras nervosas nociceptivas); 
  •      rubor (ou eritema, que se refere à cor avermelhada dos locais inflamados, sobretudo pela dilatação dos vasos sangüíneos); 
  •      calor (pelo maior aporte de sangue aos tecidos inflamados); e 
  •      turgor (ou edema, ou ainda inchaço, como resultado tanto do transbordamento de líquido do sangue, filtrado através da parede dos vasos sangüíneos, como pelo aumento na produção de líquidos pelas células locais, sob estímulo das citocinas).
     

     O que leva a essa inflamação? Costumo dizer que ocorre uma "miopia do sistema de defesa do organismo". Os glóbulos brancos do sangue e outras células de defesa nos tecidos acabam por "enxergar" algumas partes do corpo (por exemplo as articulações, pulmões, rins, pele, vasos sangüíneos e até as células do próprio sangue) como se fossem um invasor, como uma bactéria ou um vírus, e põem-se a atacá-las, achando que estão nos defendendo. Autoimunidade então se refere à reação imune contra si mesmo. Esse ataque leva a uma inflamação dos tecidos atacados, manifestando-se como uma artrite (inflamação nas juntas), pneumonite (inflamação nos pulmões), nefrite (inflamação nos rins), celulite/paniculite (pele), vasculite (vasos sangüíneos), ou mesmo anemia (destruição de glóbulos vermelhos com rompimento de sua membrana - hemólise), leucopenia (destruição de glóbulos brancos), ou plaquetopenia (destruição de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue). 
     O tratamento das doenças autoimunes, em sua essência, consiste em bloquear em maior ou menor grau a ação do sistema de defesa, para que pare de atacar nosso próprio corpo. O incoveniente, porém, é que esse mesmo tratamento impede que esse sistema nos proteja contra os reais invasores - virus, bactérias, parasitas... Daí a importância de estar com a vacinação em dia e alertar seu reumatologista ao menor sinal de infecção.

domingo, 13 de maio de 2012

QUANDO PROCURAR UM REUMATOLOGISTA?

 São sinais que sugerem a necessidade da avaliação de um reumatologista:

 - Dores nas articulações, dos membros ou da coluna/bacia, com ou sem edema (inchaço) ou aumento na temperatura do local, deformidades ou crepitações (rangidos à movimentação), ou ainda rigidez (travamentos) - a dor pode ser de natureza mecânica (ao movimento) ou inflamatória (piora ao repouso e melhora com a movimentação/aquecimento do corpo); 

 - dores difusas pelo corpo, com ou sem alterações emocionais ou do sono; 

 - dores musculares, com ou sem fraqueza muscular ou lesões de pele, sobretudo em pálpebras e mãos; 

 - espessamento da pele com ou sem coceira, arroxeamento das pontas dos dedos sobretudo à exposição ao frio, manchas avermelhadas no rosto e/ou membros, afinamento dos lábios, queda de cabelos, engasgos e refluxo, ou cansaço incomum aos esforços; 

 -  manchas vermelhas nas bochechas ou vermelhidão no rosto e pescoço piores à exposição ao sol, feridas no céu-da-boca, febre, espuma na urina, convulsões, dificuldade respiratória; 

 - história de doença reumática / reumatismo na família;

 - inflamações nos tendões ou suas inserções próximas dos ossos ("ênteses" - sua inflamação leva às "entesites", como por exemplo: inchaço, vermelhidão e calor nos calcanhares / tendão de Aquiles = entesite aquileana), inflamações oculares diagnosticadas pelo oftalmologista como "uveíte";

 - paciente portador de psoríase (doença dermatológica) que apresentar dores articulares (membros ou coluna/bacia) ou inflamações nos tendões ou ênteses;

 - paciente portador de doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn ou Retocolite ulcerativa) que apresentar dores articulares (membros ou coluna/bacia) ou inflamações nos tendões ou ênteses;

 - olhos e bocas secos, em associação ou não a dores articulares e alterações pulmonares;

 - asma ou sinusite com início no adulto, com diagnóstico pelo otorrinolaringologista de pólipos nasais, escarro com sangue, dificuldade respiratória, nódulos pulmonares ou "vasculite";

- alterações pulmonares como vidro-fosco, alterações intersticiais ou fibrose pulmonar, vistas ao exame de Raio-X ou à tomografia computadorizada, ou ainda hipertensão arterial pulmonar (ou apenas "hipertensão pulmonar") vista ao ecocardiograma, que apresentem características incomuns, sugestivas de associação com alguma doença do colágeno.

 - gota, com níveis persistentemente elevados de ácido úrico e grandes nódulos nas articulações (tofos)

 - tromboses repetidas, tromboembolismo pulmonar ou outro evento tromboembólico sem explicação, ou ainda ou abortamentos repetidos;

 - fraturas que ocorreram por trauma leve, não justificadas pela pancada, sobretudo em mulheres após a menopausa, brancas com baixa exposição ao sol, ou sinais indiretos de osteoporose (geralmente ao exame de Raio-X); ou ainda desejo de prevenir a osteoporose;

 - seguimento regular para as doençasartrite reumatóide, osteoartrite/artrose, osteopenia/osteoporose, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artropatia enteropática, artrite reativa/Síndrome de Reiter, artrites infecciosas, fibromialgia, tendinites, bursites, Síndrome do túnel do carpo, DORT/LER, polimiosite, dermatomiosite, outras miopatias, esclerose sistêmica ou localizada, Raynaud, lúpus, Síndrome anti-fosfolípide (SAF), gota, vasculites (Granulomatose de Wegener, Arterite de Takayasu, Síndrome de Sjögren, Doença de Behçet, Arterite Temporal ou de células gigantes, Poliarterite nodosa, Poliangeíte Microscópica, Churg-Strauss, vasculite crioglobulinêmica relacionada ou não à hepatite C)

DOENÇAS QUE SÃO TRATADAS PELO REUMATOLOGISTA



1. Doenças difusas do tecido conjuntivo

Doenças que cursam com inflamação do tecido conjuntivo e que estão relacionadas aos distúrbios do sistema imunológico, que passam a reagir contra uma célula, tecido ou outro antígeno do próprio organismo:

a) Lúpus Eritematoso Sistêmico;
b) Artrite Reumatóide;
c) Esclerose Sistêmica;
d) Doença Muscular Inflamatória (Polimiosite e Dermatomiosite);
e) Síndrome de Sjögren;
f) Policondrite Recidivante;
g) Doença Mista do Tecido Conjuntivo (Doença de Sharp);
h) Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide;

2. Vasculites Sistêmicas

a) Arterite De Takayasu;
b) Granulomatose de Wegener;
c) Arterite Temporal;
d) Doença de Behçet;

3. Espondiloartropatias

Doença inflamatória da coluna vertebral podendo ou não causar artrite em articulações periféricas e inflamação em outros órgãos como o olho.

a) Espondilite Anquilosante;
b) Síndrome de Reiter;
c) Espondiloartropatia da Psoríase;
d) Espondiloartropatia das Doenças Inflamatórias Intestinais;
e) Espondiloartropatias Reativas;

4. Doenças osteometabólicas

Doença que afetam principalmente os ossos.

a) Osteoporose;
b) Osteomalácea;
c) Doença de Paget;
d) Hiperparatiroidismo;

5. Doenças Articulares Degenerativas

Doenças degenerativas que afetam as articulações.

a) Osteoartrose Primária;
b) Osteoartrose Secundária (secundária a acromegalia, fraturas, má formação da articulação e ossos, etc.);

6. Artropatias Microcristalinas

Doenças articulares causadas por microcristais.

a) Gota;
b) Condrocalcinose;
c) Artrite por hidroxiapatita;
d) Artrite por outros microcristais;

7. Artropatias Reativas

Doenças reumáticas associadas a processos infecciosos.

a) Artrites Infecciosas (infecção dentro da articulação);
b) Osteomielite (infecção no osso);
c) Artrite Reativa (artrite secundária a processo infeccioso localizado em outros locais Ex: Chlamídia, Viroses, Amidalite e etc);
d) Febre Reumática;
e) Doença de Lyme;

8. Reumatismos Extra-articulares

Doenças que acometem estruturas próximas às articulações, mas não afetam a articulação propriamente dita.

a) Fibromialgia;
b) Dor Miofascial ;
c) Tendinites (de ombro, de extensores e flexores dos dedos, etc);
d) Bursites (do ombro, do trocanter, etc);
e) Esporões do calcâneo;
f) Fasciíte Plantar;
g) Epicondilite;

9. Artrites intermitentes

a) Febre Familiar do Mediterrâneo;
b) Reumatismo Palindrômico;
c) Hidrartrose Intermitente;

10. Artropatias secundárias a outras doenças não reumáticas

Queixas osteo-articulares que podem ocorrer na evolução de outras doenças.

a) Diabetes mellitus;
b) Hipotireoidismo;
c) Hipertireoidismo;
d) Tumores (ósseos, articulares, tecidos peri-articulares).



Fonte: Site da Sociedade Brasileira de Reumatologia - SBR

O QUE É A REUMATOLOGIA?


     A palavra Reumatismo foi introduzida por Galeno no século II depois de Cristo. Provem da palavra “rheos” que significa “fluir” uma vez que, naquela época, se acreditava que o reumatismo aparecia pelo fluxo de um “humor” vindo do cérebro até as articulações. O nome da doença Gota vem desta maneira de se pensar, que um determinado humor gotejava nas articulações.


     O termo reumatismo, embora consagrado, não é um termo adequado para denominar um grande número de diferentes doenças que têm em comum o comprometimento do sistema músculo-esquelético, ou seja, ossos, cartilagem, estruturas peri-articulares (localizadas próximas às articulações, tendões, ligamentos, fáscias, etc) e/ou de músculos. 

     Ao contrário do que ocorre com doenças cardíacas, neurológicas ou gastrintestinais, que podem ser definidas como doenças que acometem determinado órgão ou sistema, o conceito de que as doenças reumáticas são as doenças que acometem o sistema osteo-articular nem sempre é correto, pois, muitos pacientes com doenças reumáticas podem não apresentar queixas articulares, ósseas ou comprometimento de tecidos peri-articulares, mais sim de órgãos diversos, como rins, coração, pulmões, pele, etc. 

     As causas, tratamentos e conseqüências das diversas doenças reumáticas podem ser muito diferentes, razão pelo qual se torna importante saber qual a doença de cada paciente, ao invés de simplesmente classificar como tendo uma doença reumática.

     Os termos "reumatismo" ou "doença reumática", na realidade, nada significam, pois não são diagnósticos. O médico deve procurar identificar qual doença que cada paciente tem.

     Quando alguém diz que tem artrite significa apenas que tem inflamação da articulação, que pode ser evidenciado por dor, edema (inchaço) e calor na junta. A artrite é uma manifestação comum à maioria das doenças reumáticas que comprometem as articulações. Portanto, artrite não é um diagnóstico. O paciente deve procurar saber o diagnóstico exato de sua doença e não se satisfazer com o diagnóstico de "reumatismo", "doença reumática" ou de "artrite".

     Muitas dessas doenças são de evolução crônica e necessitam tratamento prolongado, mas a evolução e o prognóstico são muito variáveis, de doença para doença e de paciente para paciente, assim ao contrário do que se diz popularmente não é uma "doença de velho", mas sim pode também acontecer em qualquer idade, inclusive em crianças recém-nascidas. Como o tratamento dependerá do tipo de doença e do paciente em si, o diagnóstico correto e o tratamento adequado é fundamental, para um prognóstico mais favorável.

     O diagnóstico precoce ("o quanto antes") é de suma importância para um a boa evolução da doença, evitando complicações que podem incapacitar o paciente de forma definitiva. Por isso, a busca do especialista é essencial. 



Fonte: Site da Sociedade Brasileira de Reumatologia
http://www.reumatologia.com.br/2012/reumatologia/index.html


BEM VINDO!

     Este blog foi criado no intuito de esclarecer e discutir as doenças reumatológicas em uma linguagem simples, direta e clara, buscando abordar de forma didática o que já foi descoberto pela medicina quanto às causas e mecanismos dessas doenças, bem como o que o paciente pode esperar da doença e seus tratamentos.


Obrigado pela visita!