Dr. André Luiz Luquini Pereira

Dr. André Luquini
Reumatologista e Clinico Geral - CRM-SP: 129.471, RQE: 43560
Assistente Técnico em perícias médicas
Doutorando na University of British Columbia - Vancouver, Canada
Assistente de Pesquisa no Arthritis Research Canada

Contato:
*E-mail: andreluquini@yahoo.com.br

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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

SÍNDROME DE BERTOLOTTI





     Paciente com lombalgia há 2 anos. A Tomografia Computadorizada da coluna lombar mostrou uma vértebra de transição lombossacral com megapófise transversa neo-articulada com o sacro, incluindo sinais degenerativos, o foco da dor. (a alteração já era visível ao Raio-X simples). A neurocirurgia indicou neuroablação percutânea por radiofrequência para alívio dos sintomas. 
     Essa variante da anatomia é muito comum, e na maioria dos casos é assintomática. Quando há dor, caracteriza a Síndrome de Bertolotti, descrita em 1917. Pode ser confundida com uma sacroileíte, síndrome facetária e hérnia de disco. A primeira linha de tratamento é a conservadora e visa a prevenir complicações degenerativas discais. Há alternativas intervencionistas.


O que é a Reumatologia?






     A palavra Reumatismo foi introduzida por Galeno no século II depois de Cristo. Provém da palavra “rheos” que significa “fluir” uma vez que, naquela época, se acreditava que o reumatismo aparecia pelo fluxo de um “humor” vindo do cérebro até as articulações. O nome da doença Gota vem desta maneira de se pensar. 

     O conceito de que as doenças reumáticas são as que acometem o sistema osteo-articular nem sempre é correto, pois muitos pacientes podem não apresentar queixas articulares, ósseas ou de tecidos peri-articulares, mas sim de órgãos como rins, coração, pulmões, pele, etc. Ao contrário do que se diz popularmente, não são "doenças de velho", mas podem acontecer em qualquer idade, inclusive em crianças recém-nascidas. 
     Os termos "reumatismo" ou "artrite" não são diagnósticos. Quando alguém diz que tem artrite significa apenas que tem inflamação da articulação e essa é uma manifestação comum às doenças reumáticas mais prevalentes. 
     Como o tratamento dependerá da doença e do paciente em si, o diagnóstico correto e precoce e o tratamento adequado são a base para um prognóstico favorável, visando a evitar complicações incapacitantes, irreversíveis e até mesmo fatais. Por isso, a busca do especialista é fundamental.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

PROTRUSÃO DISCAL - HÉRNIA DE DISCO




Dores na coluna com irradiação para a perna, com adormecimento, formigamento, sensação de choque ou fraqueza na perna: fique atento, pode ser uma hérnia de disco na coluna lombar ou uma protrusão do disco no neuroforame (canal entre as vértebras por onde passa uma raiz neural). Evite impactos, sobrecarga excessiva, hiperflexão da lombar, longos períodos de pé ou sentado, e procure logo um especialista (reumatologista, ortopedista ou neurocirurgião).


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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

terça-feira, 25 de março de 2014

Gota e pseudogota (ou condrocalcinose)

 
Gota

A gota é uma patologia causada pela deposição de cristais de monourato de sódio (ou cristais derivados do ácido úrico) nas articulações, causando um quadro de inflamação, geralmente em uma ou poucas articulações. Frequentemente está associada a cálculos renais de ácido úrico.


A crise de gota geralmente é desencadeada por infecções, sobrecarga articular, cessação do uso dos medicamentos para redução do nível de ácido úrico sanguíneo ou abusos alimentares. O paciente com gota deve evitar em sua alimentação, resumidamente, carnes vermelhas, miúdos, frutos do mar, feijão e outras leguminosas e álcool. Se mal tratada, evolui para depósito dos cristais de ácido úrico em outros tecidos do corpo, como os chamados tofos, que levam a distúrbios estáticos e funcionais.


As crises geralmente respondem a antiinflamatórios, colchicina e gelo local, mas em alguns casos podem ser necessários corticosteróides via sistêmica ou por infiltração intra ou periarticular.




Pseudogota / Condrocalcinose



A pseudogota, também chamada condrocalcinose, é uma afecção reumatológica causada pela deposição de pirofosfato de cálcio dihidratado, que se caracteriza por ataques intermitentes resultantes da aglomeração desses cristais.


Pode aparecer em indivíduos portadores de outras doenças, como nos que apresentam valores extremamente elevados de cálcio sanguíneo, devido ao aumento da síntese hormonal da paratireóide (hipertiteroidismo), ou uma taxa exacerbada de ferro no sangue (hemocromatose), bem como níveis extremamente baixos de magnésio (hipomagnesemia).


As manifestações clínicas apresentam uma ampla variação. Alguns pacientes apresentam artrite com dor, geralmente nos joelhos, nos pulsos em articulações maiores. Outros indivíduos sofrem de dor e rigidez crônicas e persistentes nas articulações dos membros superiores e inferiores, que pode ser confundida com a artrite reumatóide. As crises agudas habitualmente são menos severas do que as da gota. Em muitos pacientes não há a presença de dor entre as crises, enquanto outros não apresentam dor em momento algum, embora haja um grande acúmulo de cristais nas articulações.


Chega-se ao diagnóstico por meio da aspiração (com agulha) de líquido da articulação inflamada. Neste, por sua vez, observa-se cristais formados de pirofosfato de cálcio ao invés de uratos. Exames radiográficos também podem fortalecer o diagnóstico, uma vez que os cristais em questão não deixam o raio-x ultrapassá-los, sendo visualizados como depósitos brancos na radiografia.
 

Tendinites e bursites



     A tendinite é a inflamação de um tendão, que é uma estrutura fibrosa que une o músculo ao osso. Em muitos casos, a tendinite (degeneração do tendão) também está presente.

Causas
     A tendinite pode acontecer como um resultado de lesão, excesso de uso ou envelhecimento, uma vez que o tendão vai perdendo a elasticidade. Também pode ser vista em pessoas com doenças sistêmicas, como artrite reumatóide ou diabetes.
     A tendinite pode surgir em qualquer tendão, mas alguns locais mais freqüentemente afetados incluem:
  • Cotovelos (epicondilites);
  • Calcanhares (tendinite de Aquiles);
  • Ombros; e
  • Punhos.

     Bursite é a inflamação da bursa (uma "bolsa" cheia de líquido que tem a função de proteger os tecidos ao redor das articulações do corpo), que se localiza principalmente nos ombros, cotovelos, quadris e joelhos.
     As inflamações nos tendões podem ocorrer por diferentes motivos, como excesso de uso (esporte) e sobrecarga, processos traumáticos, e até mesmo em função de outras doenças, como a artrite reumatóide.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Reportagem publicada no jornal Correio Popular de Campinas - SP, em 30/06/13.

Fibromialgia, uma doença 'invisível'


iG Paulista - 01/07/2013 05h00 |
Inaê Miranda |
igpaulista@rac.com.br


Foto: Érica Dezonne/AAN
O reumatologista André Luiz Luquini Pereira: doença não tem cura, mas pode ter efeitos
reduzidos
 
     Braços, pernas, coluna. Não há parte do corpo que não possa doer. E junto com as dores surgem sintomas como cansaço, dificuldade de concentração, ansiedade, formigamentos e dormências, depressão, tontura e alterações intestinais. É normalmente com esses relatos que os pacientes com fibromialgia chegam aos consultórios médicos. As dores podem se arrastar por meses ou anos até que o diagnóstico seja definido, já que com a ausência de lesão nos tecidos fica mais difícil detectar o problema por meio de exames. Embora ainda não tenha sido descoberta a cura, em muitos casos, os pacientes melhoram com o tempo e os sintomas retrocedem quase totalmente.


     Os médicos definem a fibromialgia como uma síndrome — conjunto de sinais e sintomas — que se manifesta com dores no corpo. No Brasil, ela atinge cerca de 3% da população. Ocorre com mais frequência em mulheres do que homens e costuma surgir entre os 30 e 55 anos. Porém, existem casos em pessoas acima desta faixa etária e também em crianças e adolescentes. Segundo o reumatologista e clínico geral da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), André Luiz Luquini Pereira, ainda não existe uma causa definida da doença, mas há algumas pistas.

     “Estudos mostram que os pacientes apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem a doença. É como se o cérebro das pessoas com fibromialgia interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. É uma dor diferente, em que não há lesão no corpo, e, mesmo assim, a pessoa sente dor”, explica o reumatologista. De acordo com Pereira, a fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves, como um trauma físico, psicológico ou infecções graves. E situações como excesso de esforço físico, exposição ao frio, estresse, ou infecções podem piorar as dores.


     Isso ocorre porque a interpretação da dor no cérebro sofre varias influências, entre elas das emoções. Sentimentos como alegria e felicidade, por exemplo, podem diminuir o desconforto da dor. A tristeza e a infelicidade podem aumentar este desconforto. “Em parte isto é explicado pelos neurotransmissores — substâncias químicas cerebrais que conectam as células nervosas —, como a serotonina e a noradrenalina, que têm papel importante na interpretação da dor e na depressão”, diz. Além de enfrentar as dores e todos os outros sintomas, o paciente enfrenta dificuldades nos relacionamentos cotidianos, porque tornam-se inseguros quanto ao desempenho pessoal, o que gera um estado crônico de revolta em relação a sua saúde.
 
Diagnóstico difícil

     Por se tratar de uma doença em que não ocorre lesão dos tecidos, como inflamação ou degeneração, os exames laboratoriais e exames de imagem não detectam nenhuma alteração, o que muitas vezes retarda o diagnóstico, segundo os especialistas. “Na prática clínica, não há como provar que a pessoa está sentindo dor crônica. A reação corporal é muito diferente do que na dor aguda. O paciente não está agitado, suando frio, gritando como acontece em um infarto ou uma cólica renal”, afirma o reumatologista. As informações do paciente e o olhar atento do médico são essenciais para se chegar à raiz do problema. “O médico pode pedir exames para excluir doenças que se apresentam de forma semelhante à fibromialgia ou ainda para detectar outros problemas que podem ocorrer junto e influenciar na sua evolução.”

Tratamento

     Apesar de ser considerada uma condição médica crônica, que pode durar por toda a vida, os sintomas podem ser tratados e o paciente pode voltar a ter qualidade de vida. Entre as medicações, os antidepressivos e neuromoduladores são os mais indicados. Eles atuam aumentando a quantidade de neurotransmissores no Sistema Nervoso Central. “Os anti-inflamatórios e os analgésicos simples não são eficazes na fibromialgia, pois não conseguem regular o cérebro para diminuir a sensação exagerada de dor, além de aumentarem o risco de complicações gastrointestinais e renais”, alerta Pereira.


     As atividades físicas também apresentam excelentes resultados no alívio das dores e dos sintomas da fibromialgia. Entre os mais indicados estão os aeróbicos no solo, como caminhadas, ou na piscina, como hidroginástica. Mas o médico alerta que os exercícios também devem ser feitos seguindo as recomendações de um profissional. Outra medida considerada eficaz é a psicoterapia cognitiva-comportamental. “Na fibromialgia, a terapia pode auxiliar o paciente a entender e interpretar melhor suas atitudes frente à dor e demais sintomas.”


     Há 10 anos, a projetista Elisabete Forti convive com a fibromialgia. Segundo ela, foram necessários cinco anos até que os especialistas dessem o diagnóstico da doença. “Sentia dores nas costas, ia ao ortopedista e ele tratava como coluna. Ia em outro médico e ele me dizia que era bursite. Cada um falava uma coisa diferente. Mas era uma dor que não tinha explicação. Doía o ombro, o pescoço, a lombar.”


     Depois de receber o diagnóstico de fibromialgia de um neurologista, Elisabete passou a tratar a doença com medicações, atividades físicas e mudança na alimentação. “No começo, quando tinha crises fortes, tomava muito remédio, alguns à base de morfina. Depois, comecei a usar alimentos mais naturais e também faço pilates. Sinto que melhorou bastante e eliminei 90% dos remédios. Às vezes, quando estou irritada, triste, ou quando muda o tempo as dores aparecem mais fortes, mas estou aprendendo a lidar com ela”, afirmou


Texto reproduzido sob autorização.
 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Espondilite Anquilosante 

 

     Caracterizada por dor lombar de ritmo inflamatório, isto é, que piora com a imobilidade e melhora com a movimentação, com alternância do lado acometido, a Espondilite Anquilosante é uma patologia que ocorre mais em homens que em mulheres, e é responsável por grande limitação nos casos mais avançados.

     Faz parte do espectro das espondiloartrites, isto é, das patologias inflamatórias da coluna vertebral (padrão axial), com limitação à flexão e à lateralização da coluna lombar e cervical, mas pode acometer também ou exclusivamente as articulações dos membros (padrão apendicular), sobretudo dos membros inferiores, e também estruturas extra-articulares, como as ênteses (inserções dos tendões nos ossos). É comum também o acometimento ocular, com a chamada uveíte anterior, e a restrição da expansibilidade torácica. Associa-se fortemente à presença do marcador genético HLA-B27. Cabe ressaltar que a simples presença desse marcador não é suficiente para o diagnóstico da doença, bem como sua ausência não a exclui.

     O diagnóstico baseia-se numa série de dados clínicos e radiológicos, sendo atualmente recomendável o uso dos critérios do grupo ASAS:


 Dor nas costas  há  3 meses ou mais com idade de início antes dos 45 anos:

Sacroileíte na imagem* + pelo menos 1 das características da EA**
                                                     ou
HLA-B27 positivo + pelo menos 2 características da EA

 * inflamação ativa (aguda) na RNM, altamente sugestiva de sacroileíte associada a EA; ou sacroileíte radiológica definida de acordo com os critérios modificados de New York
**dor lombar inflamatória; artrite; entesite (calcanhar); uveíte; dactilite; psoríase; Crohn/colite ulcerativa; boa resposta a AINHs; história familiar de EA; HLA-B27; PCR elevada


     Sobressai a importância da Ressonância Magnética em T2 com supressão de gordura ou STIR, na definição de atividade da doença, revelando osteíte ("inflamação no osso") principalmente nos ângulos das vértebras e nas articulações sacroilíacas. Temos também o critério de atividade da doença, por meio do questionário que define o índice BASDAI



 Fonte: SAMPAIO-BARROS, Percival D. et al. Consenso Brasileiro de Espondiloartropatias: espondilite anquilosante e artrite psoriásica diagnóstico e tratamento - primeira revisão. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2007, vol.47, n.4 [cited  2013-05-31], pp. 233-242 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042007000400001&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0482-5004.  http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042007000400001.

    

  Quanto ao tratamento, a primeira escolha são os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs), que nessa patologia devem ser usados de forma contínua, diariamente, visando a inibir a formação dos sindesmófitos, que são pontes ósseas que se formam entre as vértebras, unindo-as e formando a chamada "coluna em bambu". Além dos AINEs, contamos também no arsenal terapêutico com a sulfassalazina para o acometimento apendicular, infiltrações intraarticulares de corticosteróides e os agentes biológicos anti-TNF alfa, intravenosos ou subcutâneos, cuja indicação cabe ao reumatologista.

 

Cartilha da Sociedade Brasileira de Reumatologia:  http://www.reumatologia.com.br/PDFs/Cartilha_Espondilite_Anquilosante.pdf  


*O quadro ASAS e Cartilha da SBR são de domínio público.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

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Agradeço a todos os comentários e sugestões. Continuaremos a divulgar a Reumatologia, buscando humildemente ser mais uma fonte de informações, em linguagem simples, para que os pacientes assumam as rédeas de seu tratamento.